terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A menina que espera ônibus no centro de BH
  
                                       
Adorava aquele vento frio misturado com luzes artificiais,
e o cheiro de cigarro e álcool, e dependendo do local em que estava, um leve odor de urina e monóxido de carbono, ou simplesmente o cheiro de gente.

Adorava o centro da cidade sob a noite, nas horas de pico, pessoas esperando o transporte coletivo, em travessia.  Agressivas.  Como se voltar para casa o mais rápido
Possível fosse uma fuga faminta, e o centro fosse um estado hostil em guerra: 
nos pontos de ônibus todos pareciam refugiados amedrontados, milhares de bocas e nenhuma palavra trocada.
 Parecia incrível atravessar por tantas pessoas, com certeza milhares, sem descolar uma única vez os lábios.
Entra em casa e tranca o frio lá fora, e guarda o silêncio que trouxe da rua junto com as compras ou a carteira, e pega o silêncio domiciliar, intensificado com pequenos sons programados: uma música, o murmúrio indiferente da tv, o som visual e azul da tela do Notebook, o chiado das folhas de um livro,

o som do atrito dos pés inquietos sob a coberta buscando um calor que ficou em uma fotografia escondida em alguma caixa que nunca mais abrirá.... 

O VALE DA DESTRUIÇÃO

Eu andei no vale da morte e só encontrei destruição. A morte perdeu a piedade por nós e nos abandonou para apodrecermos em v...